Guia de Modelagem

Montante transacionado

A Companhia disponibiliza em seus materiais (release de resultado e na seção “Resultados Interativos”) os valores referentes ao GMV, sigla do termo Gross Merchandise Value ou Volume Bruto de Mercadorias em português.

Tal conceito reflete o montante transacionado em reais (R$) na operação, mostrando o desempenho da Companhia tanto na venda de produtos das lojas físicas, do 1P (produtos do estoque da Companhia comercializados nas plataformas online) e do marketplace-3P (produtos de parceiros “sellers” comercializados nas plataformas online).

Diferença de GMV Total Bruto e GMV Total Líquido:

  • GMV Total Bruto: Montante transacionado em reais (R$) em nossas lojas e plataformas online sem excluir devoluções e cancelamentos.

Número comparável com o divulgado pelo mercado.

  • GMV Total Líquido: Montante transacionado em reais (R$) em nossas lojas e plataformas online líquido de devoluções e cancelamentos.

Já o conceito de GMV Vendas Digitais reflete as vendas online do 1P, marketplace e o Retira Rápido (que consiste na compra online e retirada em loja pelo cliente e que também é contabilizada no GMV da loja física). Tal conceito é utilizado para avaliação de participação de mercado da Companhia.

Receita

A receita da Companhia advém principalmente da comercialização de mercadorias, porém possui também outras fontes de receita atreladas a operação como serviços de frete e montagem, demais serviços e crediário/cartões.

A Companhia disponibiliza o detalhamento da receita em seus materiais (release de resultado e ITR/DFP).

Em relação a operação de marketplace (3P), a receita da Companhia consolida os valores recebidos como taxa de comissão (take rate) sobre a venda dos parceiros “sellers”. Tal abertura não é publicada pela Companhia, mas um percentual aproximado da taxa de comissão pode ser obtido pelo calculo: (A-B)/C; onde A representa a soma da receita bruta das lojas físicas e online, B representa a soma do GMV líquido das lojas físicas e do 1P, e C representa o GMV líquido do marketplace (3P).

Crediário

A Companhia possui diferentes modalidades de pagamentos, tais como: pagamento à vista, carnê (crediário) e cartão de crédito (co-branded e outros).
A participação de cada modalidade nos saldos de contas a receber da Companhia é apresentada em seu release de resultados.

Abaixo, detalhamos a sistemática aplicada para mensuração dos saldos de crediário, cabe destacar que os valores e taxas utilizadas são hipotéticas:

Contexto:

  • Em razão do parcelamento das vendas do crediário, A Companhia realiza a cobrança de um percentual de juros do cliente. Nessa operação a receita de venda mercantil, líquido de juros, é reconhecida na data da venda. O preço de venda é o valor presente da contraprestação, descontando-se das parcelas a receber a taxa de juros imputada (Juros a incorrer). Os juros por sua vez são reconhecidos ao longo do tempo de acordo com o prazo do contrato, utilizando-se o método da taxa efetiva de juros. A abertura dessas receitas, tanto a decorrente da venda dos produtos quanto a decorrente dos juros auferidos juros pode ser encontrada no release e na nota explicativa “Receita de venda de mercadorias e serviços” no ITR/DFP.
  • A Companhia negocia com instituições financeiras a antecipação desses recebíveis, com custo apresentado no resultado financeiro da Companhia e apropriado de acordo com o prazo do contrato.

Abaixo apresentamos um exemplo prático de mensuração e registro das operações de crediário na data da venda e 30 dias após a venda. (O exemplo abaixo apresenta valores e taxas hipotéticas).

Crediário

Crediário 2

Os saldos de contas a receber da Companhia são inicialmente registrados conforme demonstrado acima e a Companhia reconhece sempre que necessário, perdas estimadas por crédito de liquidação duvidosa (PECLD), perdas essas mensuradas de acordo com os perfis de pagamento de vendas durante o período de 12 meses e de acordo com as perdas de crédito históricas correspondentes, incorridas durante esse período, ajustadas para fatores prospectivos específicos relativos aos devedores e ambiente econômico. Essas despesas podem ser encontradas divulgadas na nota “Despesas por natureza” no ITR/DFP.

Cabe ainda destacar que após 6 meses de inadimplência a Companhia desreconhece o ativo originalmente registrado e efetua (>write off>) correspondente ao valor total do cliente em atraso. Lembrando que mesmo após a baixa contábil, o processo de cobrança se mantem inalterado e pode haver recebimentos subsequentes ou mesmo essa carteira baixada pode ser vendida.

Resultado Financeiro Líquido

O resultado financeiro líquido reflete a diferença entre as receitas e as despesas financeiras. Sua composição se dá por:

  1. I) Receitas Financeiras, como juros recebidos sobre a aplicação do saldo de caixa, assim como outras aplicações e outros ativos.
  2. II) Despesas Financeiras Dívidas, que consideram o pagamento de juros e encargos de dívidas captadas pela Companhia.

III) Despesas Financeiras CDCI (Crédito Direto ao Consumidor com Interveniência) relacionada a despesa para financiamento da operação de crediário por intermédio de instituições financeiras.

  1. IV) Custo Venda Recebível do Cartão, dado que parte das vendas são realizadas por meio de cartão de crédito, a Companhia pode optar por antecipar o recebimento dessa venda à prazo, o que incorre em uma taxa cobrada por essa antecipação.
  2. V) Juros de passivo de arrendamento, decorrente da introdução do IFRS 16, as Companhias passaram a incorporar os juros decorrentes da operação de arrendamento no resultado financeiro.
  3. VI) Atualizações Monetárias
Alíquota de Imposto

A alíquota efetiva de imposto da Companhia pode ser diferente de 34% (25% para IRPJ e 9% para CSLL) por conta dos prejuízos acumulados em outros exercícios e benefícios fiscais (como, por exemplo, de subvenção detalhada no ITR/DFP da Companhia).